[OPINIÃO] Rumo ao ESC2013
O texto está em português do Brasil dada a origem do autor.
O Eurovision Song Contest 2013 traz a esperança de ser um grande espetáculo, principalmente por estar sendo organizado pelos suecos, conhecidos por serem os maiores amantes do festival. A grande maioria dos fãs apóia a Suécia e suas canções na competição, acompanhando de perto sua seletiva nacional– o famoso Melodifestivalen. Entretanto, várias mudanças na estrutura e nas regras da competição evocaram a insatisfação de grande parte dos fãs, e feriram a simpatia que se tinha pelos suecos. Além de ser realizado em uma arena muito menor do que nos anos anteriores, a SVT, emissora estatal sueca, anunciou que a produção geral será em menor escala. O objetivo é permitir que qualquer país tenha recursos para sediar o evento caso venha a vencer. A SVT também decidiu que a ordem de apresentação deixará de ser sorteada, e passará ser decidida pelos produtores. Essa mudança não deixou apenas fãs descontentes, mas várias emissoras mostraram-se insatisfeitas.
Mudanças em um evento que envolve tantos povos, e que é tão tradicional como o Eurovision, sempre causarão polêmica. Mas eu acredito que seja importante esperar que o Eurovision 2013 seja realizado para fazer um julgamento final. Não devemos esquecer que o Eurovision é um programa de TV, e boa parte de seus telespectadores não são fãs fiéis, estão ouvindo as músicas pela primeira vez, e não se importariam em mudar de canal caso não achassem nada interessante. Muitas pessoas podem ter desistido de assistir o Eurovision após a performance desastrosa de Montenegro na primeira semi final do ano passado. Talvez um outro candidato fosse uma melhor opção para abrir o show, sendo mais atraente a primeira vista, tendo assim mais chances de despertar o interesse do público. É inegável o fato de que uma ordem de apresentação organizada por produtores pode tornar o show mais divertido – quantas vezes ficamos entediados ao assistir várias baladas ou canções agitadas seguidas?
Considerando a crise econômica na Europa, diminuir as dimensões do Eurovision pode ser uma boa estratégia, mas é essencial que esses cortes orçamentais sejam repassados para as emissoras participantes – vários rumores afirmam que houve um certo aumento na taxa de inscrição. Apesar dessas mudanças gerarem uma certa desconfiança, acredito que teremos um bom show em Malmö. Na minha opinião, essas alterações não são muito significativas e não diminuíram meu entusiasmo pela competição.
Na minha opinião, a saída de tantos países é o único fator realmente negativo dessa edição. Bósnia-Herzegóvina e Turquia quase sempre oferecem a Europa canções de qualidade e com certeza farão falta em 2013, mesmo que muitas vezes tenham sido supervalorizados devido aos votos vicinais e de diáspora. Sou um grande fã das entradas da Eslováquia, e para mim todas foram no mínimo interessantes, e obtiveram resultados abaixo do realmente merecido. Mas nenhuma das saídas foi mais triste que a de Portugal. Apesar de estar longe de ser um país destaque na competição, as canções portuguesas costumam ter um encanto despretensioso que me chama muito atenção. Sou brasileiro e sinto-me representado por Portugal no Eurovision, e há uma grande sensação de vazio não ter nem ao menos o Festival da Canção esse ano.
Acredito que essa edição será bem mais interessante e competitiva do que a anterior. Ao meu ver, apesar de termos muitas canções de qualidade, 2012 foi um ano com várias canções de “participação”, e não de “competição”.Vejo em algumas finais nacionais entradas bastante agressivas, e há grande potencial em alguns candidatos já selecionados. 2013 teve um início turbulento, mas vale a pena esperar uma forte competição com canções de qualidade. Quanto a produção do evento, ainda tenho sérias dúvidas acerca dessas novas ideias da EBU, mas vamos ver se esse plano – que parece tão estranho no papel – vai funcionar na prática.
Por: Sanio Silva
Valeu. Adorei e partilho de sua opinião
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