[OPINIÃO] Uma vida de Eurovisão


Começo por dizer que cresci a ver o Festival Eurovisão da Canção, como muitos dos fãs e com certeza como muitos dos leitores desta minha pequena opinião, cresci numa altura em que já não se dava a mesma importância aos festivais como se dava antigamente e talvez tenha sido precisamente por esse motivo que me considero uma fã diferente. Já escrevi muito sobre os festivais, já estudei um pouco para saber do que falo e não tenho qualquer problema em afirmar que como fã não conheço todo o reportório do festival.

Cronologicamente, 2003 foi o ano em que assisti ao festival pela primeira vez com olhos de fã, ainda que de forma disfarçada, o que não me impediu de tirar os meus apontamentos acerca das músicas que mais me agradaram, onde registei os pontos positivos e negativos das ditas canções. Apesar de toda a atenção que dei ao festival nesse ano e aos seguintes, que fazia sempre questão de ver, foi em 2006 que o meu gosto pelo festival se aprimorou, muito devido à participação de vários artistas que guardo na memória como dos melhores que já passaram pelo festival. São nomes como Lordi, André, Dima Bilan ou até Jenny que me fazem lembrar os meus primeiros anos como fã do festival eurovisão da canção. A partir desse ano seguiram-se sucessivos anos a descobrir novos artistas, novas línguas que nem sequer tinha noção como soavam e confesso, esse é sem dúvida um dos aspetos que mais me fascina no concurso - ter a oportunidade de ouvir outras línguas cantadas e a forma como os sentimentos são exprimidos através de outras culturas, num léxico totalmente diferente mas que ainda assim acaba por ser comum a todas as outras linguagens.
Pertenço a uma curta camada jovem fã do festival eurovisão da canção e ainda a uma camada mais restrita de pessoas que gosta das canções menos populares. São várias as canções sem grande sucesso no certame que marcaram a minha vida e que continuam a marcar presença nas minhas playlists, canções que fizeram a minha história e que continuarão a fazer, de forma perpétua.
Gori Vatra (Jugoslávia 1973), Zjarr E Ftohtë (Albânia 2006), Hear My Plea (Albânia 2007), Aven Romale (Republica Checa 2009, com os seus míseros zero pontos) são provavelmente das canções que mais me marcaram e que ficaram à margem do festival. Grandes letras, grandes performances que acabam por ser esquecidas por uma maioria que atualmente procura o POP que a eurovisão nos brinda anualmente. Na minha opinião o habitual eurovisivo é tão aborrecido que quase me deixa sem vontade de assistir, acaba por deixar aquela sensação do “onde é que eu já vi isto antes?”.

Agradeço a alguns países e ainda bem que há quem ainda consiga fazer a diferença e ter a coragem de enviar músicas com força nem tanto para ganhar mas com força para marcar a melhor posição de todas – a posição da inovação e da criatividade.
E é todos os anos com derrotas e vitórias, injustiças e posições merecidas que se faz mais um espetáculo de boa música e se celebra a única altura do ano em que paro, em que me preparo e presto total atenção. É a minha semana religiosa, num evento que só acontece uma vez por ano e que por esse mesmo motivo deve ser seguido com atenção. Só tenho pena que ainda faltem algumas coisas, nomeadamente uma visão positivista por parte dos jovens, uma esperança e acima de tudo um interesse em querer ouvir pois o insucesso do certame entre a minha faixa etária deve-se precisamente à ignorância voluntária e a rejeição patética que faz com que se fechem a mais um mundo, fechando desse modo mais uma porta à cultura.
Como fã, como jovem e como positivista nata acredito que 2013 será um ano inovador, muito diferente do que estamos habituados a ver, não só a nível organizacional mas também a nível musical. Ainda que sem a representação portuguesa e de outros países que decidiram não entrar na próxima edição do certame, este será sem dúvida um bom festival. Só espero que a Euphoria da Loreen não inspire demasiado os restantes países, tal como aconteceu com a vitória dos Lordi em 2006. E para terminar desejo aos fãs, ao festival e à música muita diversidade, muita cultura e muito significado pois só desta forma poderá haver interesse e melhor, despertar muitos interesses.
Por: PATRÍCIA GARGATÉ

2 comentários:

  1. Gori Vatra (Jugoslávia 1974),Norway 1978 Zjarr E Ftohtë (Albânia 2006), Hear My Plea (Albânia 2007), Aven Romale (Republica Checa 2009, Austria 2003 , Alemanha 2003 . são provavelmente das canções que mais me marcaram e que ficaram à margem do festival. com Grandes letras da treta ,com pessimas performances que acabam por ser esquecidas e ainda bem.

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  2. É verdade alguns países depois dos Lordi, foram ao festival com canções do mesmo género de canção que os lordi levaram em 2006 na grécia e venceram, mas voces (Países da eurovisão) têm de ter o vosso próprio género não copiar os outros países serem vós próprios.

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