[OPINIÃO] Adeus tradições!


De todas as mudanças que a RTP1 vai ter na grelha de programação, há uma sobre a qual me quero debruçar. A estação do Estado já fez saber que não irá participar no Festival Eurovisão da Canção de 2013. Os responsáveis pelo canal alegam falta de dinheiro para a participação deste ano. Já aqui defendi que, se é para Portugal levar as músicas e atuações que tem levado, o melhor é nem sequer ir! Se é para ir sem vontade de ganhar, mas vale nem sequer marcar presença. Aliás, Eládio Clímaco, eterno locutor do festival, afirmou em exclusivo ao site "A Caixa que já foi Mágica" que nunca acreditou que Portugal pudesse vencer o certame.

Nos últimos anos em que o país participou, talvez uma única música tenha valido a pena. Falo de "Senhora do Mar" de 2008, cantada por Vânia Fernandes. Mas não é só o nosso país que não participa este ano: quatro outros países já garantiram que ficam de fora.

Correndo o risco de me contradizer, e sei que é isso que vou fazer, penso que a RTP deveria manter-se no concurso. É que, aos poucos, não há uma única tradição que se mantenha e é mais uma forma de desvirtuar aquilo que tem sido e deve ser o canal público. Há tanto dinheiro mal gasto pela televisão do Estado que valia a pena manter uma tradição. Mesmo que o festival seja, cada vez menos tradicional e se tenha tornado num aglomerado de canções medonhas e onde o que interessa são as "politiquices". Com boa vontade podia arranjar-se uma ou mais patrocinadores que pudessem pagar a atuação portuguesa, aliás como fez a Grécia, país que está bem pior financeiramente que o nosso.

Assim sendo, é o adeus, quem sabe se vitalício, a mais uma tradição da televisão portuguesa.

Por: Tiago Lourenço
Fonte:  AQUI

2 comentários:

  1. Eu acredito num Adeus definitivo e não um até breve. A minha opinião é que esta desistência marca mesmo o final das aventuras, ou desventuras,(como muitos pensam), eurovisivas. Há muito que o nosso percurso no certame está em risco e esta crise só veio ditar a data. A falta de interesse no concurso vem de há muito, isso via-se nas nossas apostas, na sua maioria fracas. As audiências eram más e porquê? Pela falta de interesse por parte da RTP, que achava que "o produto" vendia apenas pelo nome Festival da Canção. Este método antiquado e deslocado da realidade apenas servia para os fãs e para os televisores ligados e sem ninguém a assistir. Era essencial renovar o formato, dar-lhe vida e modernidade, tornar o espectaculo mais leve e fácil de assistir, aceitar canções diferentes e sem a imposição do português, dar prémios aos telespectadores, (TVI e SIC já lá chegaram!), elevar o papel dos cantores que participam e fazer publicidade de verdade ao programa. Era urgente uma lavagem de cara ao formato, assim como uma lavagem cerebral dos responsáveis pela nossa participação para encarar com vontade de vencer e ver o que de bom isso poderia trazer para Portugal...mas que fazer? A mentalidade tacanha,o medo, a falta de ousadia, o funcionalismo público do passado, a preguiça e o fatalismo que nós acreditamos que temos, ditou esta nossa sina...

    ResponderEliminar
  2. A minha opinião é que se acabe de vez com o formato do tempo que já lá vai! Pare-se com músicas paradas e tristonhas que apenas serve de turismo para mostrar aos outros países!Arranjem-se grandes cantores e arranjem-se compositores profissionais como deve ser e tirem os senhores que estão (e sempre estiveram) empoleirados como galinhas nos seus gabinetes! É que o público eurovisivo já está farto disso! Senão vejamos: imaginemos que há dois concertos ao mesmo tempo mas em duas terras diferentes, certo? Também o formato dos dois concertos é diferente: um é mais arrojado, mais actualizado, com músicas mais alegres e muito mexidas; O outro é do formato de sempre: modelos de músicas do tempo que já lá vai (baladonas que nos fazem lembrar músicas de enterro, imposição da língua portuguesa, etc.). Qual dos concertos é o mais atraente? (já agora, deixo espaço para opinião do próximo leitor destes comentários)Eu bem tenho visto as canções internacionais e a diferença entre elas e as do nosso país é toda! Eu defendo prontamente um formato e um modelo de músicas bem diferente do que tem sido. Palavra de progressista!

    ResponderEliminar