[OPINIÃO] Dos Antípodas com amor


Afinal são 40 os países que vão estar no Festival da Eurovisão 2015. A Austrália também vai participar. A UER surpreendeu ao anunciar que convidou diretamente os australianos para terem uma canção a concurso este ano.

Depois de três décadas a emitir o certame e o ano passado ter animado uma das semifinais, o país dos Antípodas vai ter um papel mais ativo. Trata-se de uma participação única na final, a não ser que ganhe, e assim poderá voltar no ano a seguir. Em caso de vitória o festival será sempre organizado na Europa com a ajuda da televisão australiana. Os pormenores quanto à votação ainda estão a ser ultimados.

É mais um ponto de viragem no formato do concurso desde a introdução das semifinais. A UER deixa no ar se, em anos vindouros, poderá convidar mais países nestes termos. Uma questão premente se levanta: quanto é que isto vai trazer aos cofres da Eurovisão?

Coloquemos de lado a componente “Euro” da Eurovisão. É lá que está a raiz e de lá não vai sair. O certame tem projeção mundial mas com o grosso das audiências em território europeu. Por boas intenções que haja por detrás deste convite, é certo que vão entrar umas boas centenas de milhares de euros nas finanças da UER. Cada um dos países dos “Big 5” paga quase 300 mil euros para participar. Digamos que a Austrália pagará metade e de lá virão também os lucros de televoto e acordos de publicidade.

Abrindo este precedente, que poderá ser extemporâneo, será que no futuro as pontes se vão estender à Ásia ou à América? A Eurovisão não quer canções com cunho político mas a “política” que vai nos bastidores parece ser evidente. Desde que gere lucro e pareça uma boa intenção ficam todos a ganhar.

Ainda assim, considero a entrada da Austrália como uma lufada de ar fresco para fazer crescer o concurso. Abre portas a novos públicos e alarga fronteiras. Pode ajudar a despertar países mais “empedernidos” para as novas correntes e aqueles que já fazem bem quererem ainda fazer melhor. A ver vamos…

Por: Luís Florindo

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Fonte: ARTIGO DE OPINIÃO DE LUÍS FLORINDO /  Imagem: GOOGLE

8 comentários:

  1. É um bom texto mas continuo a não concordar com a entrada deles no concurso. Até pode ser uma excepção, mas não são Europeus! Estão no outro lado do Mundo! Depois votam nas 2 semifinais, vão diretos para a final... Enfim...

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  2. Continuo achar que é urgente mudar a regra da lingua, voltar antes de 1999 visto que os tempos mudaram e os europeus deixaram de ouvir a beleza dos vários idiomas europeus. (Flávio)

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  3. Um bom texto, são os interesses monetarios a mandar, mais uma vez. partilho a mesma opinião

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  4. Apreciei muito a atitude moderadamente critica. A mim fez-me levantar questoes acerca de questoes dentro de mim proprio. Um artigo muito inteligente.Parabens Luis Florindo e ESCPORTUGAL!

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  5. Não concordo com a entrada deles nem que seja por 1 ano...isto cheira a dinheiro por todo a lado

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    1. Desde que Jon Ola Sand e o big boss do ESC,junto com os seus amigos,o ESC tem ido numa direcçao cada vez mais monetarista,em que democracia a nivel de decisoes tem estado abaixo de zero,bem como a transparencia.Building bridges?Making money!

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  6. Não se trata do elemento "Euro" essa gente da Austrália são muitos de origem inglesa e vamos ter mais efeito Grécia/Chipre no concurso. Um país com o mesmo monarca que outro não deveria participar!

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