[OPINIÃO] Tristes? Eu não!


E cá estou eu para mais uma vez dar a minha opinião sobre os últimos acontecimentos do mundo eurovisivo. A bomba foi divulgada em exclusivo pelo ESC Portugal e parece ter caído mal a muita gente, menos a mim (peço desculpa aos imensos fãs que neste momento estão tristes com a decisão da RTP, mas é a minha opinião)! Aleluia uma decisão acertada por parte da RTP… já era tempo! Sim é triste ver Portugal fora do concurso mas pensem que é temporário e que pode ser que quando voltarmos seja a sério. Como já frisei várias vezes, ao fim de quase 50 participações o único pensamento devia ser única e exclusivamente ganhar, no entanto há muito que todos tivemos a oportunidade de perceber que tal não é possível, ora por falta de vontade, ora por causa do envio de músicas banais ou por outra coisa qualquer. Sempre defendi a desistência caso não fosse para ganhar e finalmente isso foi feito, chega de falsas esperanças dadas aos fãs portugueses.  
Os argumentos parecem não convencer muita gente, a mim convencem me mas só se também se aplicarem a outras áreas. O fã comum não faz ideia do balúrdio que é participar no ESC. O simples sim dito à EBU é logo um grande valor que, na maior parte dos países, é suportável porque o ESC é rentável, contudo, por cá, escusado será dizer que tal não acontece. Culpa de quem? RTP, sem dúvida. Não há desculpas para desculpar a forma como esta tem tratado o ESC. Então e parcerias com as estações privadas? Um simples pedido para lá de vez em quando falarem do ESC ou do FC nos seus noticiários custa muito? Estamos perante uma enorme falta de vontade, isso é que é... Prova disso foi aquela espécie de programa para eleger a melhor canção vencedora do FC em 2011, ou a não melhoria do instrumental de "Vida Minha", que a léguas que se percebia que tinha de ser tornado mais forte. Não é culpa não é única e exclusiva do nosso chefe de delegação, mas sim da RTP como um todo que permitiu que este assunto chegasse a este ponto. É preciso sangue novo na RTP, então nos assuntos relacionados com o ESC, ui, nem se fala! Houve de facto esperanças no período de 2008 a 2010, mas tudo parece não ter passado de um mero acaso… talvez tenha sido sorte…  
Outras vozes se levantam contra o facto de a RTP continuar a dar destaque ao futebol, mas é necessário perceber que este assunto é rentável (mesmo que já não transmita jogos, uma simples referência no Telejornal faz elevar as audiências). O ESC só não eleva audiências porque a RTP não sabe divulgar os seus programas, e não sou só eu a dizê-lo; profissionais da casa como Nicolau Breyner na altura do seu "Nico à Noite" já se queixava do mesmo. No meu ver, não se deve deixar de falar em futebol nem de outro desporto qualquer, não só por ser apreciador mas também porque entendo que é algo necessário e, claro, lucrativo.

Então e os ordenados chorudos pagos a tantos apresentadores?! Esta ideia é discutível, mas é preciso perceber que a partir do momento em que a RTP transmite publicidade, tem de trabalhar para as audiências, porque quanto mais vista for, mais ganhará. Há caras na estação pública (que de serviço público pouco ou nada tem) que recebem ordenados milionários mas é necessário que se perceba que eles também dão muito a ganhar à estação, pois elevam a publicidade, já que são caras de confiança, “que vendem bem” e que os produtos divulgados querem ter do seu lado, acabando assim por serem lucrativas para a RTP, pagando-se a elas próprias em poucos minutos de intervalo. No entanto continua a ser-me muito difícil perceber como é que é possível ganhar-se tanto por pouco mais se fazer que ler um teleponto.
Para concluir o assunto FC, apenas digo que não há razões para alarmes… Assim quietinhos não fazem asneiras! Talvez aconteça um MILAGRE e daqui a 1 ou 2 anos Portugal volte a participar a sério, porque só assim faz sentido.

 Aproxima-se o ESC e podemos ver várias nações empolgadas em fazer as suas escolhas nacionais, algo que agrada a todos os fãs eurovisivos. Malmo promete inovar. Fiquei reticente ao início com a ideia de voltar à essência inicial do ESC, mas confesso-me mais aliviado agora que sei que haverão lugares em pé, não estando ainda satisfeito com a escolha daquela pequena arena para organizar o concurso, tendo o país à sua disposição uma das maiores arenas indoor da Europa.
O ESC não é um programa da televisão, como muitos querem fazer crer. O ESC deve ser um concerto que é transmitido na televisão. Há que lhe dar toda aquela grandiosidade que muitos concertos de cantores a solo conseguem ter e que ficam para sempre na memória de qualquer um. Se continuarmos a seguir as ideias da organização sueca, não tarda em termos um ESC realizado num estúdio com um pano verde ou azul no fundo… Atualizem-se pode ser?!
São precisas muitas inovações pois o ESC tem sido sempre a mesma coisa, só mudam as canções... o interesse do concurso diminui ano após ano.

Ponto positivo vai sem dúvida para o facto de em 2013 termos um apresentador que saberá certamente falar inglês e francês, evitando assim o espetáculo triste que os apresentadores de Baku protagonizaram, sempre muito sorridentes como se tudo estivesse a correr muito bem e a sair naturalmente!

Não posso finalizar sem demonstrar o meu profundo agradecimento para com todos os leitores do ESC Portugal. Em 2009 tive a oportunidade de entrar para a equipa do jornal eurovisivo português, tendo pouco tempo depois assumido o cargo de administrador, numa altura turbulenta em que uma pequena equipa teve a difícil tarefa de fazer do ESC Portugal uma referência. Pouco tempo depois integrou a equipa o Nuno Carrilho e mais recentemente o Nelson costa, aos quais agradeço por toda a dedicação e disponibilidade.
Não me posso também esquecer de si que nos acompanha diariamente e que faz de nós o jornal eurovisivo português! É graças a si e à sua confiança que hoje somos referência e um sinónimo de qualidade. OBRIGADO! Mesmo com Portugal fora do ESC2013, posso garantir que o ESC Portugal continuará a dar-vos conta de tudo o que de mais importante se passa no mundo eurovisivo!
Fiquem atentos porque brevemente haverão mais festejos… só posso dizer que o número “3” e a palavra “milhões” estão envolvidos ;)

Saudações eurovisivas camaradas!
Eurico Alves
Imagens: RTP, EBU, ESC Portugal

5 comentários:

  1. Eurico, tirou me as palavras da boca, ou melhor, do pensamento! RTP incompetente que não se esforça para nada... se quisesse ja tinhamos ganho há muito tempo, mas o pior é quando nos tenta tapar os olhos com programazecos como aqueles da melhor canção como referiu

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  2. É de facto precisa uma pausa para a poeira assentar porque para continuar como tem sido não vale mesmo a pena participar

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  3. Eu acredito que Portugal ( RTP) vai voltar ao ESC, mas sempre na mesma onda. Em 2000 e 2002 ficamos de fora, e no regresso foi sempre a mesma falta de vontade.

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  4. Sofala1 diz:

    Não concordo com a maioria dos argumentos apresentados, que me parecem à partida estar assentes numa base que pode ser ilusória: a de que Portugal vai voltar mais tarde. Nada é mais incerto! Pelo menos enquanto aqueles funcionários ali permanecerem. E depois porque o problema financeiro vai ser recorrente e duradouro.

    Ora, a Grécia está com gravíssimos problemas financeiros e não baixou os braços: volta a participar. Enquanto os chorudos salários da RTP não forem cortados de muitas percentagens não haverá dinheiro para o ESC. A mentalidade de funcionário público nunca ajudou a RTP no ESC, onde nunca esteve na balança a promoção musical de Portugal mas sim as passeatas. Aliás, a canção portuguesa era pertença da RTP e não de Portugal: então pergunto, com que direito representava Portugal em vez de se ver afixado nos écrans só "RTP"??? Só por ser ume estação de funcionários públicos portugueses?... Sendo assim o resultado em forma de balanço é negativo, sem dúvida. Ela é à imagem (ou mesmo a expressão directa) do nosso funcionalismo público.

    Outra razão para duvidar do regresso é a sua proximamente possível privatização. No ESC só participam televisões públicas, salvo erro com uma excepção. Mas se um dia a RTP for a 2a excepção que o seja sob outros ouropéus. Não se fiem em que algo mude porque os empregos públicos (é disso que se trata) são para mexilhões e eles grudam na rocha.

    Vocês pagam impostos e por isso podem reclamar. E em público!

    Sofala1

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