[OPINIÃO] Um mar que separa


A RTP deu este ano mais atenção ao Festival da Canção. Criou duas semifinais e uma final e colocou em estúdio uma banda. Se é para fazer, que se faça bem feito. Pode não ter sido perfeito mas melhorou em relação às edições anteriores. Melhores cantores, melhores canções, melhores composições e melhores letras. Destaco a vencedora, Outra Vez Primavera cantada por Yola Dinis e Um fado em Viena interpretada por Teresa Radamanto.

Se em outros anos existiam apenas uma ou duas canções "decentes", em 2015 o leque de escolhas tornou-se maior. Com as polémicas de sempre, sinal de que o Festival ainda mexe, acabou por vencer a jovem Leonor Andrade com a música Há uma mar que nos separa. Não sei se é a música indicada para concorrer ao Festival Eurovisão da Canção, não sei se passa à final e, se passar, se terá boa pontuação. O que eu sei é que venceu uma jovem pouco conhecida, com uma música “orelhuda” e a única capaz de ter algum sucesso nas rádios portuguesas. Não é, afinal, para isso que o Festival serve?

Simone de Oliveira e Adelaide Ferreira também participaram e fizeram bem. Mostraram que não é vergonha nenhuma participar, mesmo já não tendo nada a provar. Não venceram e, com todo o respeito por elas, compreendo essas classificações porque já tiveram as suas oportunidades. A primeira representou o país em 1965 e 1969 e a segunda em 1985.

A três edições valeram ao canal público melhores audiências médias do que aquelas que conseguiria com a sua programação habitual. Em suma, o Festival da Canção de 2015 valeu o esforço seja qual for o resultado que consigamos em Viena.

Por: Tiago Lourenço
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Fonte: ARTIGO DE OPINIÃO DE TIAGO LOURENÇO /  Imagem: RTP

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